Descolonizando a história local de Carinhanha/Ba: Ditos e não ditos sobre as mulheres negras quilombolas
Decolonialidade; Escrevivências; Memórias; Narrativas das Mulheres Negras; Quilombo.
Esta pesquisa analisa as narrativas das mulheres quilombolas observando quais mecanismos utilizam para manter seus saberes, distanciando dos pensamentos hegemônicos nas cenas literárias contemporâneas. Detidamente pretende-se compreender como essas mulheres têm subvertido e como se reconhecem num campo de constantes invisibilidades, machismo, racismo e de ferrenhas disputas. Sendo assim, parte das inquietudes de compreender como as narrativas das mulheres negras quilombolas são representadas na literatura local contemporânea e como essas são produzidas e reproduzidas para o imaginário social, ainda nesta compreensão, apontar como a mulher negra quilombola faz o reconhecimento de si, na consolidação dos saberes para a memória cultural. Desse modo, o diálogo com a escrevivência, categoria que aciona o protagonismo da mulher negra como política da representação (Evaristo, 2020) e a inclusão de conceitos como quilombo (Nascimento, 2021) colonialidade (Fanon, 2008), memória (Kilomba, 2019), oralidade (Hampâté Bâ,2003) interseccionalidade de gênero/raça (Collins, 2021), feminismos (hooks,2020), destes intelectuais servirão de faróis para as leituras desses corpus/narrativas. A metodologia inclui análises de fontes orais, documentais, observações, acervo da comunidade como livros, registros memorialistas, fotografias, concentrados no processo etnográfico, na Comunidade Quilombola de Barra do Parateca, município de Carinhanha-Bahia. Concentrarei minha análise em seis mulheres, sendo três, entre setenta e oitenta anos e as demais, dos trinta aos cinquenta anos.